Resumo:
Foram analisadas as fibras de materiais orgânicos com o objetivo de criar um
compósito capaz de ser inserido em uma luva de solda, com a finalidade de aprimorar
sua capacidade de isolamento térmico. Os materiais inicialmente considerados foram
as fibras de açaí, folha do abacaxizeiro, coco verde, bananeira, bambu e bagaço de
cana-de-açúcar. Após a realização de uma pesquisa qualitativa, foi demonstrado que
as fibras do açaí, da folha do abacaxizeiro e do bagaço de cana-de-açúcar não foram
adequadas devido ao elevado grau de absorção de água através da umidade relativa
do ar, ou pela dificuldade inerente de disponibilidade na região como a fibra do açaí.
Testes laboratoriais de resistência térmica, molhabilidade com amostras dos materiais
restantes foram realizados para se determinar qual fibra teria maior potencial para
aplicação no Equipamento de Proteção Individual (EPI). Os resultados indicaram que
a fibra de bambu foi a mais promissora. A metodologia empregada a partir de então,
consistiu em adicionar um aglomerante para formar um compósito orgânico que
pudesse ser moldado na forma de uma placa. A fibra orgânica do bambu foi cortada
ao redor de 5mm de comprimento linear com a finalidade de não prejudicar tanto a
geometria da luva quanto ao respectivo movimento pelo operador. Após à fixação das
placas na luva e de acabamento, iniciaram-se os testes de temperatura. A
confiabilidade dos resultados se deu perante a realização da repetição de vários de
absorção térmica (em média ao redor de 10 testes em média) de forma a se obter
informações contundentes para possibilitar comparações e análises. Os indicaram
que a adição do compósito aplicado à luva forneceu aumento de resistência térmica
com baixa perda de mobilidade da luva que não comprometeu o desempenho laboral
do operador. A partir dos resultados encontrados se concluiu que a adição do
compósito orgânico feito com a fibra de bambu atingiu aumentou em 12% a
capacidade de isolamento térmico do EPI utilizado como base dessa pesquisa.