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O presente trabalho aborda as relações de convergência e interposições entre jornalismo
e literatura de forma a originarem uma nova forma discursiva entendida como
Jornalismo Literário. A partir do entendimento da inter-relação na construção dos
gêneros jornalísticos e literário, foi possível estabelecer relações de troca que
viabilizariam a formação de um novo gênero. Este, entretanto, apesar de se originar de
experiências da práxis jornalística de profissionais norte-americanos, através do
movimento conhecido como “Novo Jornalismo” e protagonizado por Tom Wolfe, e
brasileiros como Euclides da Cunha, João do Rio e José Hamilton Ribeiro, o Jornalismo
Literário pretende ser entendido como uma expressão discursiva autônoma e capacitada
de formular preceitos práticos e teóricos próprios. Por meio de uma análise da
bibliografia existente sobre o assunto, além das obras produzidas com essa expressão,
conclui-se uma longa trajetória de relações entre jornalismo e literatura que viabilizaram
o surgimento de um discurso que, ao se propor autônomo no campo expressivo, articula
rupturas e críticas a procedimentos enraizados principalmente no jornalismo (sua matriz
mais próxima), mas também na literatura. Propondo o seu estabelecimento como forma
discursiva até o momento atual, resgato na obra da jornalista Eliane Brum, posturas e
características que a incluem como praticante dessa vertente expressiva. |
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